Tudo sobre Vinhos Verdes
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Tudo sobre Vinhos Verdes

Fomos convidadas para uma degustação de rótulos de Vinhos Verdes. O objetivo do evento, chamado “Grande Prova Vinho Verde”, foi apresentar para o mercado mineiro diversos produtores de vinhos verdes.

Vinho verde é uma região vitivinícola (viticultura é definida como a ciência que estuda o cultivo da uva. Essa uva não tem só a finalidade de produzir vinhos, como também a produção de sucos, consumo em natura e a produção de uva passa) situada no noroeste de Portugal, com uma altitude inferior aos 700 metros, tradicionalmente conhecida como Entre Douro e Minho.

Segundo Gustavo Giacchero, Embaixador dos Vinhos Verdes no Brasil, a região dos vinhos verdes tem a extensão de 16 mil hectares de uvas plantadas, são 16 mil produtores. “Cerca de 55% dos vinhos verdes são consumidos dentro de Portugal, os outras 45% são exportados e o Brasil é o terceiro país maior consumo. Fica atrás apenas dos Estados Unidos e a Alemanha”, destaca Giacchero.

Características

Os vinhos verdes apresentam características bem específicas. Conversamos com Gonçalo Rowett, Gestor de Mercado para o Brasil da Comissão dos Vinhos Verdes, e ele destacou que “o Vinho Verde é diverso, é rico. São 9 diferentes regiões que compõe a região dos Vinhos Verdes. Isso prova as diferentes tipos de terroir, de microclimas, que possibilita a produção de diferentes tipos vinhos”.

A região dos Vìnhos Verdes em Portugal tem perfis de frutos e videiras que só existem na região . Como a Loureiro, Alvarinho, Avesso, Trajadura e Azal, destaca Rowett.

Consumidor brasileiro

O Vinho Verde combina muito bem com estilo de vida brasileiro e também com a gastronomia. Gonçalo Rowett destaca que “para os dias quentes de verão os Vinhos Verdes têm mais frescor e bem aromático. Uma opção para começar a degustar com rótulo com uvas Loureiro, são uvas que dão origem a vinhos bastantes florais e aromáticos. Ou vinhos da uvas Alvarinho, com aromas mais tropicais com notas como banana e maracujá.”

Para começar a experimentar

As vezes a gente pensa que os vinhos verdes é somente aquele vinho leve e fresquinho, despretensioso, para a beira de uma piscina , pé na areia na beira do mar. O Vinho Verde vai além disso, aos produtores produzem vinhos que tem potencial de guarda considerado. Hoje estão entre os melhores vinhos brancos do mundo.

O vinho verde é uma ótima opção de bebida para dividir com os amigos, levar para uma praia. Ele é leve e refrescante.

Alguns dos rótulos que experimentamos

Cada um com suas características e sabores. Alguns com acidez, outros com notas de frutas vermelhas, no final todos deliciosos. Não experimentamos mais pois tínhamos que ir embora de ônibus.

Onde é produzido

Mapa Vinhos Verdes
Mapa Vinhos Verdes

Os vinhos Vendes são únicos em resultado das características naturais da sua região de produção, das castas autóctones, e de uma larga experiência e tradução no cultivo da vinha e produção do vinho.

A região dos Vinhos Verdes se divide em nove sub-regiões, com diferentes castas recomendadas.

Há uma família dos Vinhos Verdes, vinhos jovens, leves e frescos, com baixo teor alcoólico, mas também vinhos sofisticados, com grande potencial de guarda, aromas e sabores complexos, intensos e minerais.

Castas dos Vinhos Verdes

De maneira mais simples, as castas são os diferentes perfis dos frutos e videiras que existem. Ou seja, são as variedades de uvas e seus usos. Elas podem ser para o consumo das frutas propriamente ditas ou para a produção de bebidas.

Brancas

Alvarinho

Casta cultivada particularmente na sub-região de Monção e Melgaço, mas dada a sua elevada qualidade tem sido levada para outros pontos da região e do país. O vinho caracteriza-se por uma cor intensa, palha, com reflexos citrinos, aroma intenso, distinto e complexo, que vai desde o marmelo, pêssego, banana, limão, maracujá e líchia, a flor de laranjeira e violeta, a avelã e noz, e a mel, sendo o sabor complexo, macio, redondo, harmonioso, encorpado, persistente e com notas minerais que contribuem para a frescura característica.


A casta Alvarinho apresenta grande potencial de guarda e evolução em garrafa. Por vezes com nuaces de fermentação e estágio em barrica, mantendo sempre um lado fresco. Com o tempo a casta adquire aromas a laranja madura, marmelo, notas de avelã, noz (carácter amendoado) e mel (carácter caramelizado).

Arinto (Pedernã)

Casta cultivada por toda a Região (não recomendada na sub-região de Monção e Melgaço). Também conhecida como Pedernã, atinge o seu mais elevado nível de qualidade nas zonas interiores da região. Os vinhos são de cor citrina a palha, apresentam aroma rico, do frutado dos citrinos e pomóideas (maçã madura e pêra) ao floral (lantanas). O sabor é fresco, mineral com um toque salino, harmonioso e persistente. Apresenta grande potencial de guarda, com o tempo a casta adquire notas de compota de pêssego.

Avesso

Casta cultivada particularmente na sub-região de Baião, mas dada a sua alta qualidade, tem sido cultivada em sub-regiões limítrofes como a de Amarante, Paiva e Sousa. Produz vinhos de cor intensa, palha aberta, com reflexos esverdeados, aroma misto entre o frutado (laranja e pêssego), o amendoado (frutos secos) e o floral, sendo o caráter frutado dominante, delicado, subtil e complexo. O sabor é frutado, intenso, fresco, harmonioso, encorpado e persistente. Carácter salgado e de grande estrutura, crocante e volumoso. Estas potencialidades de aroma e sabor revelam-se somente alguns meses após a vinificação.
Grande potencial de guarda. Mesmo com a evolução mantem notas de fruta branca (marmelo, pera) com excelente volume de boca.

Azal

Casta cultivada particularmente em zonas do interior onde amadurece bem e atinge o seu nível de qualidade quando plantada em terrenos secos e bem expostos das sub-regiões de Amarante, Basto, Baião e Sousa. Produz vinhos de cor amarela citrina descorada até ao marmelo citrino mais intenso. Aroma frutado (lima, limão por vezes toranja e maçã verde) . Sabor frutado a limão verde, com notas cítricas e também minerais. Apresenta uma excelente frescura. Preserva o carácter fresco e cítrico, tornando-se mais elegante e harmonioso ao longo do tempo.

Loureiro

Casta cultivada em quase toda a região e melhor adaptada às zonas do litoral, não sendo recomendada apenas nas sub-regiões mais interiores como Amarante, Basto e Baião. Antiga e de alta qualidade, produz vinhos de cor citrina até ao amarelo palha. Carácter frutado, desde citrino (limão) e maçã verde, mentolado com destaque para o carácter floral: delicado (lembrando rosas) a terpénico doce (lembrando o jasmim). Pode também apresentar notas de mel e até aromas tropicais. Sabor frutado refrescante, elegante mineral e persistente. Evolui para notas de mel e cera da abelha. Casta bastante versátil.

Trajadura

Casta cultivada por toda a região (não recomendada na sub-região de Baião), de boa qualidade, produz vinhos de cor amarelo citrino descorado ao amarelo palha dourado. Aroma a frutos maduros (maçã, pera e pêssego), com domínio da maçã verde em anos frios. Na boca apresenta um carácter frutado, sabor macio, redondo, com uma acidez moderada e bastante elegante. Evolui para aromas melados, e fruta madura, na boca a evolução intensifica a grande estrutura da casta, final de boca longo e aveludado.

Tintas

Espadeiro

Casta de excelência para os vinhos rosados da região. Produz vinhos de cor desde o rsa pálido a rosado intenso à “casca de cebola” até ao salmão para as tonalidades “laranjas”. Em vinhos tintos apresenta cor rubi clara e rubi. Aroma fresco com toques de frutos silvestres, sobretudo morango, por vezes cerejas e nuances de fruta tropical. Apresenta um sabor intenso, carácter frutado (morango intenso e notas de groselha), grande frescura, com final de boca fresco e de média duração. Boa capacidade de evolução desenvolvendo aromas de compota. A acidez natural bem vincada permite manter a frescura de boca ao longo do tempo. A cor evolui para tonalidades mais alaranjadas.

Padeiro

Cultivada particularmente na sub-região de Basto, sendo hoje também recomendada nas sub-regiões do Ave e do Cávado. Produz vinhos de cor rosado claro a rosado carregado. Aromas a frutos vermelhos (morango e framboesa), com tendência a aromas doces (goiabada fresca) que lembram “rebuçado”. Casta com um carácter frutado dominante, sabor harmonioso, saboroso e persistente. Evolui para notas florais ligeiras e por vezes ameixa madura.

Vinhão

Casta de grande expansão é cultivada em toda a Região pela sua qualidade e dado ser a única casta regional tintureira. Produz vinhos de cor intensa, vermelho granada, de aroma intenso a frutos vermelhos bem maduros como a groselha, amora preta, framboesas e, por vezes, carácter florar da violeta. Casta de grande carácter e volume, muita fruta na boca, gulosa, intensa, com sabor redondo e refrescante. Taninos firmes que oferecem mais complexidade. Final de boca muito persistente com uma pequena adstringência. Evolui para notas de cravo, cravina (mistura vegetal com doce). Taninos suaves. Muito gastronómico.

MAIS INFORMAÇÕES

Informações: https://www.vinhoverde.pt/

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