Vai um cafezin? Em novembro Belo Horizonte foi a capital do café
O café é a segunda bebida mais consumida no Brasil, de acordo pesquisa encomenda pela Jacobs Douwe Egberts (JDE), empresa detentora das marcas Pilão e L’OR, em parceria com a Aocubo Pesquisa, no início do ano. Cada pessoa consome em média, entre três e quatro xícaras no País. Todos os anos o café ganha uma semana dedicada a ele em Belo Horizonte, a Semana Internacional do Café (SIC). Nada mais justo, já que a cidade é a capital do maior produtor do grão perfumado que já foi a mola de desenvolvimento do Brasil e ganhou, por merecimento, o apelido (ou a sina) de “ouro verde”.
E aí já viu… juntou um cafezin, um pedaço de queijo, umas geleias, temperos, quitandas, arriscando uma cachacinha… e uma boa prosa, lá estávamos nós! Entre 20 e 22 de novembro toda a cadeia produtiva do café esteve reunida para trocar informações, fazer negócios e, obviamente, degustar o café nas suas mais diferentes apresentações, acompanhado de delícias que fazem harmonizações tradicionais, algumas ousadas e outras impensáveis.
De colheitadeiras gigantescas a campeonato de baristas teve de tudo do mundo do café no Expominas. Foram 80 mil xícaras de cafés servidas, 23 mil visitantes e a estimativa de que tenham sido iniciadas comercializações em torno de R$ 50 milhões. Produtores, pesquisadores, torrefadores, compradores, exportadores, empresários, baristas, indústria cafeeira e cafeterias de todo o Brasil, além de representantes de mais de 40 países.
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Este ano, a Semana Internacional do Café teve 220 expositores, 25% a mais que no ano anterior; contou com um exclusivo espaço para máquinas e implementos agrícolas, o Pátio do Produtor, uma área dedicada à torra e aos empreendedores – a Cafeteria Modelo, além de estandes de marcas e empresas do setor e exposição de embalagens do concurso Espresso Design, para valorização da apresentação dos produtos.
Tudo isso além da programação paralela que contou com visitas programadas a regiões produtoras do Estado e tour gastronômico pelas cafeterias da cidade.
Concurso Coffee of The Year
Considerado o maior evento nacional do setor e um dos cinco maiores do mundo, a SIC 2019 revelou os dois melhores cafés brasileiros durante a final do concurso Coffee of the Year (COY). A premiação, envolta em grande torcida e emoção, condecorou os produtores Wilians Valério, de Alto Caparaó MG), região produtora Caparaó, com o título de Melhor Café Arábica; e o bicampeão Luiz Cláudio de Souza, de Muqui (ES), região Sul do Espírito Santo, com o Melhor Café Canéfora.
O concurso este ano teve, pela primeira vez, um indígena entre os finalistas: o café produzido por Wilson Nakodah Surui, na Aldeia Kabaney, em Cacoal (RO), ficou em 5º lugar na categoria Canéfora. Os cafés finalistas apresentaram notas acima de 88 pontos no arábica e 86 pontos no canéfora.
Campeonatos Nacionais de Barismo
Os campeonatos profissionais, que ocorreram ao vivo em meio aos estandes expositores, também geraram grande entusiasmo entre o público, que acompanhou de perto as classificatórias e a final do Campeonato Brasileiro de Barista, Campeonato de Preparo de Café (Brewers) e Campeonato de Prova de Café (Cup Tasters). Promovidos pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) durante a SIC 2019, os campeonatos revelaram na noite de sexta-feira (22) os melhores profissionais. Júlia Fortini, de Belo Horizonte (MG), foi eleita a melhor preparadora de cafés; Leonardo Moço Ribeiro, de Curitiba (PR), o melhor barista nacional; e Phelippe Nascimento, de Carmo de Minas (MG), o melhor provador de cafés.
A força das Mulheres
As mulheres protagonizaram um cenário diferente este ano. No encontro da IWCA Regional Leadership Summit – América Latina e Caribe da Aliança Internacional das Mulheres do Café do Brasil (IWCA, na sigla em inglês), cerca de 800 cafeicultoras se reuniram para debater o cenário cafeeiro e os desafios para 2020 e nunca estiveram tão em alta como nesta edição da SIC. Foram mulheres de mais de 10 países.