5 mins read

Igrejas tombadas pelo Iepha-MG recebem obras de restauração

O ano de 2021 começa com boas notícias para o patrimônio cultural mineiro. As Igrejas do Santíssimo Sacramento, em Jequitibá (região central do estado) e a Sagrado Coração de Jesus, em Belo Horizonte, recebem intervenções a partir de janeiro. Os recursos para as obras são de emendas parlamentares e totalizam R$ 450 mil. Os serviços foram contratados pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), que acompanhará a execução dos trabalhos.

O secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, destaca a importância das edificações para Minas Gerais e para as comunidades das quais fazem parte. “Ambas as igrejas, que são protegidas pelo Iepha, possuem grande valor histórico e cultural e o constante acompanhamento, para realização de obras de restauro necessárias, é fundamental no processo de proteção desse nosso Patrimônio. A igreja de Jequitibá é referencial importante da arquitetura barroca de Minas, enquanto que a do Sagrado Coração de Jesus, além de guardar relevância arquitetônica, é também um dos primeiros templos católicos de Belo Horizonte”, aponta.

Cerca de R$ 250 mil – emenda parlamentar do deputado estadual Douglas Melo – serão investidos em serviço de instalação de todo o piso interno em tabuado de madeira e rodapés da Igreja do Santíssimo Sacramento, protegida pelo Iepha-MG desde 1979, além de serviços de alinhamento e reforço da estrutura do altar da capela lateral. Atualmente, a parte interna da igreja de Jequitibá está sem piso e, com a conclusão da obra, prevista para março deste ano, o templo poderá promover missas e receber seus fiéis.

A igreja do município de Jequitibá já recebeu intervenções, como destaca a presidente do Iepha-MG, Michele Arroyo. “Entre 2016 e 2018, foram investidos cerca de R$1,7 milhão em obras civis e de reforço estrutural do templo”. Ainda segundo Michele, “os trabalhos desta etapa são muito importantes, pois será instalado piso em todo o espaço, possibilitando novamente o seu uso”.

Na capital mineira, a Igreja Sagrado Coração de Jesus, também tombada pelo Iepha-MG desde 1979, recebe R$ 200 mil que serão investidos na restauração das pinturas parietais do transepto do templo – parte transversal de uma igreja, que forma com a nave central uma cruz.

“Também em 2021 será feita, na igreja Sagrado Coração de Jesus, em Belo Horizonte, restauração que complementa a recuperação dos elementos artísticos do templo, que já passou por restauração arquitetônica”, enfatiza a presidente do Instituto.

LEIA TAMBÉM: Minas Gerais é o único destino brasileiro em lista das regiões mais acolhedoras do mundo

O projeto executivo prevê, entre outros serviços, a recuperação das pinturas através da remoção de manchas e reintegração das perdas na camada pictórica. O prazo de execução é de 180 dias  corridos. O recurso vem de emenda da deputada Ana Paula Siqueira. O processo de licitação, contratação e execução dos trabalhos, assim como informações sobre as empresas e responsáveis pelas obras podem ser conferidos no site do Iepha.

Igreja do Santíssimo Sacramento

A construção da Igreja ocorreu no século 19, por volta de 1818, sendo promovida por Dona Pulquéria Maria Marques a pedido do padre João Marques Guimarães. Apresenta estilo arquitetônico característico das edificações religiosas mineiras do início dos oitocentos. Está implantada em local inusitado e de grande beleza paisagística próxima a uma lagoa e ao rio das Velhas. A edificação é estruturada em madeira com vedação em taipa. A fachada principal mostra portada elaborada em madeira nobre com verga alteada, almofada em entalhes de figuras geométricas. No adro da igreja está implantado um cruzeiro ornado por símbolos que representam a Paixão de Cristo. Todas as peças foram entalhadas, esculpidas e recortadas em madeiras e pintadas. O interior da Igreja do Santíssimo Sacramento é simples, despojado.

Igreja Sagrado Coração de Jesus

A Igreja do Sagrado Coração de Jesus possui grande relevância histórica, arquitetônica e cultural, sendo tombada em âmbito estadual e municipal. Apresenta pinturas parietais, havendo painéis e pinturas confeccionadas em estêncil e marmorização.  Algumas pinturas foram atribuídas a artistas de destaque na primeira metade do século 20, como o italiano Francisco Tamietti e o alemão Guilherme Schumacher, que trabalharam na Comissão Construtora da nova capital mineira, sendo responsáveis pela decoração de edificações públicas, religiosas e particulares como o forro da sala de sessões do Senado Mineiro, hoje Museu Mineiro, e Igreja São José.

IMPORTANTE PRESERVAR PARA AS FUTURAS GERAÇÕES A NOSSA ARQUITETURA MINEIRA

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *